terça-feira, 9 de abril de 2013

Qatar: Grande corrida

Bem, finalmente uma corrida de MotoGP como há muito que não víamos. Neste primeiro Gp, 4 principais conclusões se podem tirar.
A primeira é que Lorenzo continua uma máquina. Fez uma grande corrida. Fugiu de inicio e ligou o "modo computador" ou "martelo" como ele gosta de dizer e nunca mais ninguém o viu. Um ritmo e um nível de concentração impressionante.

A segunda é que Valentino Rossi continua a ser Rossi e mostrou isso mesmo. Uma corrida fantástica do Italiano. Acho que há muita gente, muita mesmo que ainda estão com azia e mudos. Com a sua primeira corrida na Yamaha, apagou 2 anos na Ducati e calou todos que falaram mal dele. Aliás, fiz uma pergunta no último post e nem piar dos que enterraram o Valentino. The Doctor é o MotoGP, metam isto na cabeça. As audiências subiram e é realmente um showman. O MotoGP deve-lhe muito. Mas voltando à sua corrida, foi à maneira antiga. Partindo de sétimo, tinha muita pressa de se chegar à frente e na luta com Dovizioso ia batendo em Pedrosa, ou melhor ainda bateu com o protector do travão da frente que o entortou, e alargou a trajectória, perdendo tempo. Mas não baixou os braços, perdeu algum tempo a passar Bradl, que caiu ao tentar lutar com Vale. Com o caminho aberto, parecia impossível  chegar-se ao grupo que era composto por Pedrosa, Marquez e Crutchlow. Mas o impossivel, tornou-se realidade e num instante passou Cal, Pedrosa e entrou numa bonita luta com Marquez, conseguindo chegar-se ao segundo posto. Che Spectacollo!

A terceira conclusão é sobre o fenómeno que é Marc Marquez. Grande corrida e grande luta com Rossi.Bateu Pedrosa e deu a entender que o podia ter feito muito mais cedo. Penso que acusou um pouco de nervosismo e falta de experiência, mas que se cuidem, pois o miúdo é uma máquina.

A quarta  é que Pedrosa foi o grande perdedor do fim-de-semana. Nunca esteve bem nos treinos, conseguiu um 2º lugar na grelha, mas foi incapaz de fazer melhor que o quarto posto. Foi batido na primeira corrida de Marquez. Certo que como teve problemas, não arriscou nada, mas começar já o ano com uma quarto lugar em luta com um piloto como Lorenzo, é realmente começar com um pé atrás, quando nos testes se deu ao luxo de ir mais cedo para casa, dando a entender que estava mais que preparado. Julgo que em Austin vai ser diferente e é uma pista ao jeito das Hondas, mas vamos ver se está ao nível do ano passado. Já em 2012 acordou demasiado tarde e este ano volta a estar meio adormecido no inicio.

Crutchlow foi quinto e é impossível fazer mais com o que tem. Esteve excelente nos treinos, muito rápido, mas não se pode exigir mais ao Inglês. Bautista fez uma corrida discreta, obtendo o sexto posto, na frente das Ducatis de Dovizioso,  Hayden, Iannone e Spies. Dovi deu alguma esperança ao obter uma óptima qualificação, mas em corrida, as Ducatis estão ainda longe. O Italiano já veio dizer que houve melhoramentos, mas advinhem, sem a marca resolver os problemas da frente da moto, de subviragem, não vão a lado nenhum.  Aonde é que já ouvi isto? Certo é que parece que estão no caminho certo. Gostei de ver Spies terminar a corrida, já que estava em dúvida a sua capacidade de aguentar a corrida toda. O Americano ainda têm o ombro muito fraco. ao fim de poucas voltas fica sem força e disse que foi o melhor 10º lugar que já teve.

A primeira CRT foi a de Espargaro e o seu companheiro de equipa, De Puniet seguiu o Espanhol.

Quanto a Moto3, onde milita o Miguel Oliveira, acho que o Português fez uma excelente corrida. Numa categoria tão competitiva e com uma moto completamente nova, foi sétimo, perdendo o sexto lugar na linha de meta. Mas mais importante que isso, foi o primeiro piloto não KTM. Andou em luta pelo 6º lugar, mas de facto não tinha motor para as KTM, que estão a dominar por completo esta categoria.
O piloto Português comentou no final: “No final desta primeira corrida, as sensações são muito boas. Obtivemos a sétima posição e a lutar pelo sexto lugar. Foi notório que a nossa moto precisa de melhorar bastante em termos de motor, mas no final sabíamos que íamos sofrer bastante e não foi nenhuma surpresa. A equipa está muito optimista e eu também, sabemos que nas próximas corridas vamos ter que lutar bastante para estar nos mesmos lugares, mas no final estou contente com o meu estilo de pilotagem e com a minha prestação. No fundo acho que para um projecto tão recente, com uma moto que foi construída num espaço de tempo muito curto e com poucas oportunidades de testar, acho que estamos bastante bem colocados. E para começarmos este projecto já com um sétimo lugar é muito positivo, estou optimista para as próximas corridas”.

Para já foi um soberbo inicio de campeonato e vamos ver daqui a 15 dias em Austin, que favorece as Hondas, se o campeonato fica mais apertado. 

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